FONPLATA busca funcionar como um banco de desenvolvimento
· O presidente executivo traçou a estratégia de crescimento da instituição em um evento em Washington DC
“Desde o relançamento do FONPLATA (em 2011), que era um fundo, estamos trabalhando para ter todas as ferramentas e assim operar como um banco de desenvolvimento”. Com esta afirmação, Juan Notaro, presidente executivo do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata, definiu a estratégia da instituição para 2018 e para os próximos anos.
O evento foi realizado em Washington DC (EUA), na sede do Conselho das Américas, onde Notaro participou do evento “Perspectivas econômicas do Brasil e do Cone Sul”, junto com Germán Rojas, embaixador do Paraguai nos Estados Unidos, e Otaviano Canuto, diretor executivo do Banco Mundial.
Desde o começo da gestão de Notaro (em 2012) houve dois aumentos que elevaram o capital do FONPLATA de US$500 milhões para três bilhões de dólares. Nestes últimos cinco anos foi outorgado um volume e uma quantia de projetos que superam tudo o que foi aprovado nos 35 anos anteriores da história do FONPLATA.
O Fundo concentra suas atividades em projetos de médios e pequenos portes (ou até uma quantia máxima de US$50 milhões), porque são os que têm um custo de transação mais alto para as grandes instituições de desenvolvimento.
Portanto, o trabalho do Fundo vem complementar o que já é feito pelas grandes instituições, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento e CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina.
“Temos presença na região, e nosso custo de transação é baixo. Isso nos permite participar muito ativamente neste tipo de projetos”, explicou Notaro.
O presidente do FONPLATA destacou que para 2018, a prioridade será finalizar as gestões necessárias para que a instituição possa buscar financiamento nos mercados, da mesma forma que consolidar as alianças que já estão encaminhadas com outras instituições multilaterais, como o BID, CAF e o NDB, o banco das principais economias emergentes do mundo.
América Latina “em velocidade de cruzeiro”
Otaviano Canuto, diretor executivo do Banco Mundial, afirmou que o crescimento econômico na região, com exceção da Venezuela, vai lento, mas ""em velocidade de cruzeiro”, graças aos bons resultados econômicos da Argentina e do Brasil.
Ambos os países são os orientadores das economias da região sul-americana. No segundo semestre de 2018 o Brasil irá realizar eleições, o que poderia ter algum impacto econômico no país.
Sobre este tema, Canuto destacou que ""a extensão da recuperação (do Brasil) dependerá da percepção do novo governo por parte dos agentes privados"".
Sobre o Paraguai, um dos países com maior crescimento na região, o embaixador Germán Rojas destacou que um dos atuais principais desafios é ""distribuir melhor a riqueza para reduzir a pobreza"". Reforçou, no entanto, que o país tem a capacidade para “fazer algo diferente ao desenvolvimento na região"".