2017, um ano positivo para o MERCOSUL
- Uma análise do BID prevê uma “renovação” dos esforços integradores do bloco regional.
O bom desempenho da economia mundial teve efeitos no Mercosul, que fechou 2017 com um aumento de 14,2% nas exportações. Este mesmo ano representou a renovação do bloco após um período de opacidade comercial e no qual esteve enfocado em temas políticos.
A guinada trará benefícios à área econômica através de negociações entre os sócios e com parceiros internacionais, sobretudo se for aprovado o acordo com a União Europeia, atualmente foco de intensas negociações.
Estas são algumas conclusões da publicação “Renovando a Integração”, uma análise do Instituto de Integração da América Latina e Caribe (INTAL), do Setor de Integração e Comércio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O fôlego deve se estender, segundo os autores, pelos próximos anos graças aos esforços dos países-membros do bloco (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Bolívia está em processo de adesão).
“O MERCOSUL retomou capítulos em aberto de seu projeto original. O destaque, neste sentido, é ter gerado regras regionais em matéria de investimentos e de compras públicas, que deverão potencializar as virtudes de um mercado mais integrado”, destaca a análise.
Em meio a uma incipiente recuperação econômica, a publicação destaca como fatores positivos a renovação da agenda interna do bloco de países, a reativação do comércio, o desenvolvimento de eixos bilaterais entre os próprios membros e o desafio da inserção externa, especialmente com a Aliança do Pacífico, Canadá e a União Europeia.
A coesão do bloco vem se consolidando através do fortalecimento de vínculos entre os integrantes. Argentina e Brasil avançaram em acordos de investimentos, impostos e facilidades comerciais. Enquanto Argentina e Paraguai chegaram a um acordo histórico de renovação do Tratado de Yacyretá. Por outro lado, Brasil, Paraguai e Uruguai aprimoraram conexões e também o tema das migrações.
Por último, o documento ressalta o interesse do bloco em incorporar cada vez mais novas tecnologias aos processos de integração e comércio. “Projetos regionais que permitam a adoção e melhoria de novas tecnologias em atividades agropecuárias, manufatureiras e de serviços, deveriam dar continuidade aos esforços de um ano no qual o MERCOSUL começou sua renovação”, concluiu.