Energia, a força invisível do crescimento

-          O investimento mundial em energia solar aumentou 18%

A energia “une o crescimento econômico, o aumento da igualdade social e o meio-ambiente, e permite que o mundo prospere”, destaca um relatório da ONU Meio Ambiente divulgado este mês. “Tendências globais no investimento em energias renováveis 2018” apresenta a evolução do setor energia em escala global com ênfase em alguns países da América do Sul.  

A agência destaca o recorde de 98 gigawatts (GW) gerados somente pela energia solar em escala mundial em 2017, “38% da capacidade total gerada pela rede”, segundo o documento. O investimento neste setor é superior ao destinado a fábricas de produção de energia a carvão, gás, petróleo e nuclear, e aumentou a capacidade da geração elétrica que os combustíveis fósseis em 2017.

O relatório destaca que cada vez mais alternativas não fósseis, como a energia solar ou a eólica, apresentam custos cada vez mais baratos e retornos favoráveis de investimento, apesar do fim de alguns incentivos e subsídios. “Desde 2004, o mundo investiu US$2,9 bilhões nestas fontes de energia”, destaca o estudo.

A geração de energia é um dos pontos-chave em termos de infraestrutura, sobretudo para os países em vias de desenvolvimento. Esta capacidade é transformada em um atrativo para novos investimentos, porque são sinônimo de maior competitividade e eficiência.

Este sistema tem impacto direto na logística de um país, com consequências para sua sustentabilidade financeira, ambiental e social, enfatiza o relatório.

Bacia do Prata

Nos países da Bacia do Prata, o relatório destaca alguns investimentos, sem limitar-se à produção da energia solar. Em 2017, a Argentina manteve investimentos em novas fontes de energia, após o período de recessão, e aumentou o incentivo ao setor de energia em quase nove vezes, a $1,8 milhões.     

O Brasil, por sua vez, depois do boom do biocombustível, em 2007-2008, desde 2010 manteve o investimento. O financiamento de ativos de energia renovável aumentou de US$ 4,9 milhões em 2016 para US$ 5,5 milhões em 2017, com dois terços dessa quantidade destinados à energia eólica.

A ONU Meio Ambiente destaca que o investimento em energias renováveis no Uruguai saturou o mercado, o que acabou gerando uma queda nos novos aportes ao setor. A agência não inclui o Paraguai e a Bolívia no relatório.

No entanto, há investimentos. Em Potosí, no sul da Bolívia, o FONPLATA financia US$10 milhões do programa “Colhendo água, semeando luz”, que integra serviços de água segura e energia elétrica através de painéis fotovoltaicos, e que cobre 5 mil residências.