Dando continuidade à agenda na COP30, na segunda-feira 17 de novembro, o FONPLATA participou do encontro: “Resiliência hídrica em contexto de escassez”, espaço de diálogo estratégico organizado pelo CAF para apresentar diversas iniciativas e avanços na adaptação e na resiliência às mudanças climáticas, bem como em sua mitigação.

O encontro reuniu líderes regionais para debater os desafios enfrentados pela América Latina e pelo Caribe em relação à segurança hídrica, em cenário marcado pela crescente frequência e intensidade das secas. De acordo com os dados apresentados, a região concentra 30% dos recursos hídricos do planeta, mas 35% da sua população vive sob estresse hídrico e uma em cada quatro pessoas não tem acesso seguro à água potável. Entre 2005 e 2024, as perdas econômicas causadas pelas secas atingiram USD 35 bilhões — tendo os últimos cinco anos concentrado 57% desse valor, evidenciando o agravamento do fenômeno.

O painel, moderado por Franz Rojas, Diretor de Análise de Água e Saneamento do CAF, contou com a participação de Carolina Vera, Coordenadora-Geral do FONPLATA para a COP30 e Coordenadora Regional do MERCOSUL; Verónica Sánchez da Cruz, Presidente da Agência Nacional de Água e Saneamento Básico do Brasil (ANA); Lloyd Day, Diretor-Geral Adjunto do Instituto Ibero-Americano de Cooperação para a Agricultura; e María Alejandra Riaño, Líder de Políticas para a América Latina na The Nature Conservancy. Houve consenso entre os participantes sobre a necessidade de transformar a governança hídrica, incorporando abordagens integradas, planejamento de longo prazo e soluções inovadoras, como a reutilização de águas residuais, a dessalinização e a captação de água da chuva.

A representante do FONPLATA apresentou o “Programa Integrado de Saneamento e Recursos Hídricos de Indaiatuba”, caso de resiliência climática que exemplifica como abordar o risco de escassez e secas por meio de soluções múltiplas e complementares. O projeto integra diversificação de fontes, ampliação do armazenamento, reutilização industrial de água tratada e modernização da infraestrutura de abastecimento. Além disso, inclui medidas estruturais de adaptação, como a estabilização das margens do rio Jundiaí, o controle da erosão e a restauração da vegetação ribeirinha nativa, reduzindo picos de vazão e melhorando a qualidade da água. O Programa mostra como a combinação de eficiência, reutilização e restauração ecológica pode consolidar um sistema hídrico robusto e resiliente, alinhado com os princípios de adaptação climática e segurança hídrica territorial.

O evento foi encerrado com um apelo à ação para promover estratégias proativas e resilientes que permitam enfrentar os impactos das mudanças climáticas e garantir a segurança hídrica na América Latina e no Caribe.

18/11/2025